Escravos P

O ouro foi substituído pelo café em importância econômica na região de Castelo. A exemplo do ouro, o estudo do período do café também foi dividido em fases.

A primeira Fase

É a das grandes fazendas que utilizava a mão-de-obra escrava. Nesta fase, os grandes fazendeiros executavam, através da mão de obra dos negros, todo o tipo de trabalho, fosse na plantação, na colheita e no transporte do café, e também nos serviços domésticos.

As fazendas eram importantíssimas para a economia, pois no entorno delas girava tudo que existia na época. Eram também auto-suficientes, pois produziam tudo o que era necessário para a sua manutenção. Soberanos, os donos das fazendas agiam com mão de ferro na administração de suas terras e tinham grande poder em seus domínios.

Segunda Fase

A segunda fase começa com o fim da escravidão. Os escravos eram tão importantes no processo de produção desta época que o fim da escravidão representou a decadência das grandes fazendas. Com a decadência das grandes fazendas, elas vão sendo aos poucos adquiridas pelos imigrantes europeus e seus descendentes.

Todas as atividades domésticas da casa do dono da fazenda passam a ser realizados pela família do fazendeiro. Essas fazendas ocupavam grandes quantidades de terras devolutas, e sua situação só foi regularizada em termos de documentos de posse, após vários anos de suas instalações.

As principais fazendas deste período foram a do Centro, a do Fim do Mundo, Da Prata, de São Cristóvão, da Povoação, São Manoel e Ante-Portão. Todas pertenciam aos irmãos e irmãs Vieira Machado da Cunha, que foi a primeira família a instalar-se aqui, para produzir café através da mão de obra escrava. As fazendas eram os centros culturais, econômicos e políticos da época. Era lá que tudo acontecia.

Migração Italiana para Castelo

Enquanto os antigos fazendeiros enfrentavam dificuldades financeiras, um processo inverso ocorria com imigrantes italianos. Os italianos que chegavam ao Espírito Santo recebiam terras na região de Alfredo Chaves e, com muito trabalho, foram se capitalizando e adquirindo terras em Castelo, iniciando assim um processo de pulverização da propriedade rural.

Alguns italianos não foram para os núcleos coloniais, mas vieram trabalhar diretamente nas antigas fazendas em substituição aos escravos. Após as dificuldades iniciais, eles também foram se capitalizando e adquirindo as terras de seus antigos patrões.

Outro fator que confirmou a vocação de Castelo por pequenas propriedades foi a aquisição de Fazenda do Centro pela ordem dos padres Agostinianos. Após a compra, os padres dividiram a fazenda em pequenos lotes e os venderam , em boas condições de pagamento, para os descendentes de italianos que viviam na região de Alfredo Chaves, que não possuíssem terras muito férteis.

Assim as grandes fazendas escravocratas foram dando lugar ao mosaico de pequenas propriedades que compõe hoje nosso município.