PEDRO BUENO CACUNDA
A região onde localiza-se o município de Castelo foi desbravada, principalmente, por causa do ouro. A ocupação começou em 1705, quando Pedro Bueno Cacunda saiu de Taubaté e foi para Ouro Preto, em Minas Gerais, sendo informado de que havia ouro nas terras perto da costa. Ele chegou ao Rio Manhuaçu e começou a corrida do ouro na Serra do Castelo, que recebeu este nome devido aos paredões de pedra, semelhantes às muralhas, e aos altos picos, que pareciam torres de vigia de uma fortaleza medieval. A notícia do ouro se espalhou e outros aventureiros invadiram a região. Eles não saíram nem mesmo com os constantes ataques dos índios puris. O vice-rei, dom Lourenço de Albuquerque de Almada, acabou proibindo as explorações, pois temiam que o garimpo do ouro próximo à costa despertasse a atenção dos invasores holandeses e espanhóis. Entretanto, a proibição foi ignorada e foram ampliadas até a serra do Guandu, hoje município de Afonso Cláudio. Os jesuítas que habitavam a aldeia de Rerigtiba, atual Anchieta, ficaram atraídos pelo ouro e passaram a dar assistência aos arraiais que se formaram: Santana, Duas Barras e Ribeirão do Meio. Com a ação dos jesuítas e o apoio dos mineradores foi construída a capela de Nossa Senhora da Conceição das Minas de Castelo. Com a expulsão dos jesuítas do país, em 1759, os conflitos entre os índios e mineradores se agravaram. Os mineradores derrubaram uma ponte sobre o Rio Caxixe para não serem atacados, mas os índios consideraram a derrubada da ponte um ato agressivo e declararam guerra aos mineiros. Os mineiros foram obrigados a abandonar o trabalho e se refugiar. Alguns fugiram para a foz do rio Itapemirim, onde fundaram uma povoação com este nome. Em 1830, a maioria das minas de Castelo estavam praticamente abandonadas. Como na maioria dos municípios brasileiros, os italianos chegaram depois da abolição da escravatura, para trabalhar nas propriedades rurais. Atualmente, cerca de 90% dos 34 mil habitantes de Castelo são descendentes de imigrantes italianos.