“As pesquisas arqueológicas feitas na Gruta do Limoeiro foram realizadas em 1979, com a chancela da então Secretaria de Turismo do Estado do Espírito Santo e, esses estudos, faziam parte de um projeto de aproveitamento turístico da gruta.

Elas foram feitas em duas etapas.

Na primeira etapa foram observados e analisados todos os impactos na gruta e com a realização de entrevistas a respeito do seu uso. Ficou constatado que a estratigrafia da gruta, principalmente das camadas superiores, tinha sido alterada com a retirada dos sedimento para a colocação de um altar onde foi introduzida a imagem de nossa senhora de Lurdes. Com isso o local passou a ter uma função religiosa. Ainda nessa etapa, sedimentos, fora do contexto arqueológico, foram peneirados e resgatados artefatos arqueológicos.

Na segunda etapa foi realizada uma escavação de 4 x 8 metros entre o meio e a parte lateral esquerda da gruta e aonde os sedimentos foram retirados até uma profundidade de 80 cm. Entre os níveis de 60/60 cm foram encontrados dois sepultamentos, sendo que um foi totalmente escavado e outro foi somente identificado e deixado no local para possível aproveitamento turístico. Durante as escavações o material arqueológico foi de pequena monta, pois, a estratigrafia original, foi alterada para a realização dos sepultamentos.

O Material arqueológico encontrado na gruta se constitui de material lítico, principalmente de lascas de quartzo, resíduos de lascamento, de uma lâmina de machado de pedra polida, pontas de projétil (flecha) em osso polido e de um pendente de osso. O principal artefato arqueológico encontrado na gruta é uma bigorna de mão, instrumento que indica que os índios que habitavam a gruta praticavam o lascamento por pressão e poderiam fazer pontas de projétil em pedra. Esse instrumento é raro e tem poucos exemplares no acervo da pré-história brasileira.

Os estudos arqueológicos feitos na gruta serviram de base para o inicio do processo nº 07/84 que solicitava o tombamento da Gruta do Limoeiro junto ao Conselho  Estadual de Cultura. Esse processo foi concluído com a edição da resolução 01/84 da Secretaria da Educação e Cultura do Estado do Espírito Santo, em 12 de fevereiro de 1984, que determinou o registro da gruta como bem natural e cultural do Estado.

Celso Perota

FOTOS DA GRUTA