Joelma Cellin

Joelma Cellin lança 2ª edição do livro Corpus Christi em Castelo

 

Na última quarta-feira, foi lançado pelo Governo do Estado em Vitória a segunda edição do livro: Corpus Christi em Castelo/ES: manifestação da fé e da expressão artística. A autora da obra é a castelense Joelma Cellin. 

Graduada em Pedagogia e em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo, possui “Master di 1 livello in Esperto di Cultura Regionale per la formazione degli insegnanti pela Università degli Studi di Torino – Itália, além de várias especializações. Aos 42 anos, Joelma é atualmente Coordenadora Pólo da UAB de Cachoeiro de Itapemirim e Gestora do Centro de Referência, Pesquisa e Capacitação do Professor de Educação Básica “Dr. Dirceu Cardoso” (CECAPEB). Nascida na comunidade de Apeninos, deixou sua terra natal em 1993, para estudar em Vitória, quando ingressou na UFES e atualmente mora em Cachoeiro. “Sinto falta principalmente do aconchego da família, da tranquilidade e dos hábitos e costumes típicos de uma cidade pequena como Castelo”, confessa.

O livro, que está em sua segunda edição, será distribuído gratuitamente para bibliotecas públicas.

Faça um breve resumo do que é o Livro Corpus Christi em Castelo/ES: manifestação da fé e da expressão artística
Este trabalho nasceu com o propósito de registrar a origem da Festa de Corpus Christi e como esta acontece na cidade de Castelo. Com este estudo realizo um antigo desejo de sistematizar uma história com informações levantadas há anos, aliado ao convite da Prefeitura de Castelo, que, no final de 2011, concedeu o apoio à pesquisa. Pude contar com o incentivo dispensado pela Paróquia Nossa Senhora da Penha, manifestado pelo seu Pároco recém chegado ao Município, Frei Mário Aparecido. Instituições e pessoas que, em conjunto, tinham o mesmo objetivo: registrar a Festa de Corpus Christi de Castelo para as comemorações do Cinquentenário no ano de 2013. 

Na falta de documentação bibliográfica, pois não existiam até então, na literatura, referências ou pesquisas sobre os tapetes de Castelo, busquei fundamentar o estudo colhendo e checando informações in loco nos arquivos da Paróquia Nossa Senhora da Penha e no trabalho de campo, que foi essencial para o registro dos dados. A pesquisa de campo foi realizada com entrevistas com algumas pessoas que iniciaram os trabalhos artísticos entre os anos de 1960 a 1970, ou que ainda se envolvem com a confecção e ornamentação dos tapetes para os festejos. Tive uma experiência ímpar, a grata satisfação de entrevistar Irmã Vicência no ano de 1999, quando esta ainda encontrava-se entre nós. O valor artístico da festa se apresenta na esteticidade dos tapetes, que são confeccionados e produzidos por artistas anônimos. O valor cultural é mostrado através do processo de mobilização da comunidade. Já o valor religioso se mostra na força que a religião católica tem na cidade.

O que te motivou a escrevê-lo?
O meu envolvimento com a confecção desde pequena e o fascínio que eu tinha vendo as pessoas confeccionarem os tapetes. Mas o que me moveu realmente foi quando conheci Irmã Vicência, em 1998 e conheci a historia de dedicação dessa mulher para com Castelo.

Seu livro não aborda apenas o aspecto religioso, mas também o cultural. Como é feita essa abordagem?
Em Castelo a cultura das tradições é um elemento de personalidade de seu povo e vemos que hoje é fundamental valorizar estas tradições. O livro mostra que a fé move artistas anônimos a prepararem suas obras de arte, durante todo o ano, para serem apresentadas somente no dia de Corpus Christi.

Qual foi o maior desafio durante a produção da obra?
Provar que o ano de 1963 foi o ano em que os trabalhos artísticos iniciaram.

E a melhor surpresa?
Ver que as pessoas se lembram em detalhes dos primeiros tapetes, mesmo sem qualquer registro fotográfico.

 

Fonte: http://www.revistaleia.com/