O nome do município deriva desde a época em que os mineradores começaram a
dirigir-se para o local, quando estes demandavam de Benevente às minas,
percorrendo por caminhos entre montanhas e às associavam a formas de castelos.
As primeiras notícias que se tem deste território é que foi ocupado pelos
índios Puris e pelos Botocudos, em número bem menor.
Mas a história de Castelo inicia-se realmente a partir do período da
mineração do ouro, pois aventureiros atraídos pelas perspectivas de
enriquecimento fácil dirigiram-se à região.
Pedro Bueno Cacunda foi o pioneiro no que se refere a exploração do ouro, no
local onde hoje é a Serra do Castelo, onde encontrou ouro e iniciou a
colonização local conforme “A colonização do município de Castelo”, do Marechal
Tristão de Alencar Araripe, enfrentando uma grande resistência por parte dos
índios, que eram até então os habitantes do local.
As desavenças foram muitas. Pedro Bueno conseguiu fundar o Arraial de
Santana, onde hoje é a fazenda de Povoação. Em 1751, Domingos Correa da Silveira
foi nomeado Capitão do Distrito das minas de Santana do Castelo e Pedro Bueno,
desanimado, retirou-se para as cachoeiras do Rio Doce. Mas as desavenças com os
índios continuaram e acabaram por se manifestarem também entre os mineradores
por causa de sua cobiça.
Mas, mesmo assim, a aldeia teve um visível crescimento e desenvolvimento por
parte desses mineradores, através de suas construções residenciais, obviamente
rústicas. Até uma Capela Católica foi construída no local, por iniciativa dos
jesuítas e dos mineradores, sendo que, posteriormente em 1754, esta foi elevada
à categoria de matriz, no Arraial Velho das Minas de Santana.
Ao contrario de algumas versões, o Marechal Araripe deixou registrado que a
presença dos jesuítas na Serra do Castelo nada tem a ver com o início da
exploração de ouro. Quando os religiosos aqui chegaram, a atividade já estava em
desenvolvimento, só colheram os frutos.
Com a expulsão dos jesuítas do país em 1759, a situação não estava nada boa.
Em 1771, houve um combate entre índios e mineradores, pois estes não se
conformavam com a invasão de suas terras, além de os mineradores serem uma
constante ameaça para a vida dos moradores e seus familiares. Os índios
refugiaram-se na Gruta do Limoeiro e obrigaram alguns dos desbravadores, que
sentiram a revolta destes, a refugiarem-se ou retornarem à Vila de Itapemirim.
Outros, em número bem menor, ficaram dispersos nas regiões que hoje são chamadas
de Fazenda da Prata, Fazenda das Flores, Ribeirão do Meio…, deixando para trás
seus aldeamentos.
Após este combate, a região ficou por muito tempo abandonada e desse período
quase nada se tem a relatar pois, por volta de 1830, as minas do Castelo estavam
praticamente abandonadas e poucos garimpeiros ousavam procurar ouro.
O local para onde os desbravadores se destinaram, descendo pelas
margens
do atual rio Caxixe, não foi propriamente onde hoje situa-se a sede do Município
e sim nas imediações das localidade da Fazenda do Centro, Limoeiro e
Povoação.
Em 1845, foi fundado um aldeamento de índios denominado imperial Afonsinho
(em homenagem a D. Affonso de Portugal).
Também, nesse ano o capitão Joaquim Vieira da Cunha Machado e o major Antonio
Vieira Machado da Cunha, os primeiros fazendeiros da região, partindo do baixo
itapemirim, embrenharam-se por nossas matas e iniciaram à exploração agrícola às
margens do rio Castelo e Caxixe. Antônio Vieira Machado da Cunha fundou a
Fazenda do Centro, assim denominada por estar localizada no centro onde se
reuniram os primeiros exploradores de ouro. A partir daí, além da exploração do
ouro, os habitantes passaram a se interessar pela agricultura, tendo como
destaque a lavoura cafeeira, introduzida pela família Vieira. Neste período,
quase todas as fazendas pertenciam a esta família, que conseguiu um grande
progresso por utilizar mão-de- obra escrava.
Esta fazenda foi um antigo arraial de mineração e atualmente está tombada
como patrimônio histórico pelo Conselho Estadual de Cultura. A propriedade
chegou a ter armazéns, paióis, senzalas, engenhos de beneficiamentos de café e
arroz, além de moinhos, oficina mecanica, e uma capela, formando assim um
pequeno povoado. A família Vieira da Cunha Machado vendeu a fazenda à família
Moura e esta, no início do século, a vendeu aos padres agostinianos. No início
deste século, a fazenda foi alvo de um projeto pioneiro, uma espécie de reforma
agrária, beneficiando dezenas de famílias.
Com a libertação dos escravos em 1888, a proclamação da República no ano
seguinte e as imigrações, as terras foram se transformando em mini-latifúndios,
uma característica marcante no município até hoje. A partir das imigrações
vários imigrantes italianos, localizados no município de Alfredo Chaves,
dirigiram-se para as terras castelenses onde intensificaram e desenvolveram
agricultura, contribuindo em muito para o desenvolvimento do Município, que hoje
é composto em quase toda sua população de descendente italianos.
Em 31 de julho de 1891 foi criado o distrito de Castelo e em 25 de dezembro
de 1928, o Município de Castelo, pela lei estadual nº 1687 que o desmembrou de
Cachoeiro de Itapemirim, que nessa ocasião era composto pelos distritos de
Castelo, Conceição do Castelo e Santo André.
Resumo da História de Castelo: O distrito de Castelo foi
criado em 31 de julho de 1891. Em 25 de dezembro de 1928 foi criado o Município
de Castelo, então pertencente a Cachoeiro de Itapemirim(também pertenciam a
Cachoeiro Conceição do Castelo e Santo André). A lei estadual que criou o
município é a de número 1687.
Segundo os historiadores, o nome de Castelo
surgiu quando um dos exploradores que caminhavam em busca de ouro chegou no
entorno da cidade e deparou-se com montanhas com formação semelhante a de um
castelo de estilo feudal. Para completar a semelhança, a serra ao lado desta
formação tinha o aspecto de muralhas no entorno do castelo.
Na época, esta
formação montanhosa era denominada “Pedra do Castelo(atualmente Pico do Forno
Grande) e era ponto de referência para as caravanas que passavam pelo local rumo
às Minas Gerais, principal local já consolidado como rota ideal para exploração
de ouro em abundância.
Embora os deslocamentos mais significativos fossem
realmente feitos em direção às Minas Gerais, alguns mineradores decidiram
explorar ouro próximo à sede da Capitania do Espírito Santo. Foi um desses que
chegou à Serra do Castelo.
Na passagem para as Gerais, os exploradores
observavam a presença de inúmeros ribeirões, que indicavam a presença de ouro.
Um dos primeiros a se interessar pela Serra do Castelo foi o bandeirante
paulista Pedro Bueno Cacunda.
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